PESQUISA CIENTÍFICA

Esta pesquisa é feita completamente online e basta que a pessoa interessada em participar acesse nosso questionário que está na plataforma SurveyMonkey, uma das mais seguras disponíveis para esse tipo de pesquisa no mundo! A SurveyMonkey implementa protocolos de segurança de dados (privacidade das informações) em conformidade com regras estabelecidas pelo Health Insurance Portability and Accountability Act (HIPAA). A confidencialidade das informações é uma de nossas grandes prioridades.

A pesquisa pode ser respondida por meio de qualquer aparelho com acesso à Internet. A participação deve ser voluntária e nenhum incentivo é oferecido aos participantes. No questionário online, o(a) participante pode escolher não responder a questões específicas ou mesmo deixar o questionário inteiro em branco. Cada participante poderá preencher o questionário apenas uma vez, a cada 6 meses (entrada única por onda). 

A pesquisa será realizada em quatro momentos ou ondas. A primeira coleta foi idealizada e executada após a declaração do estado de Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo novo coronavírus (COVID-19), no Brasil, iniciado em 3 de fevereiro de 2020 por meio da Portaria nº 188/GM/MS. Novas coletas serão realizadas em 6 meses, 12 meses e 18 meses, conforme a data da primeira coleta. No desenho transversal repetido, é possível descrever os padrões de mudança ao longo do tempo nas populações alvo, enquanto o desenho longitudinal, se bem sucedido, permitirá o teste de hipóteses mais complexas, incluindo associações de natureza causal.

Nosso objetivo geral é investigar como a saúde mental da população brasileira e de seus profissionais de saúde é impactada pela COVID-19 e seu manejo, bem como observar como a saúde mental (e fatores associados) das pessoas afeta sua resposta de curto e longo-prazo (em 6 meses, 12 meses e 18 meses) à pandemia (adaptabilidade/qualidade de vida). Temos alguns objetivos mais específicos também, como: 

  • Avaliar a experiência da COVID-19, nas seguintes áreas: (1) sintomas físicos, (2) história de contato com a COVID-19, (3) conhecimento e preocupações acerca da COVID-19, (4) medidas preventivas adotadas contra a infecção, (5) mudanças na rotina de trabalho
  • Investigar como o gradiente socioeconômico dos participantes (idade, gênero, etnia, educação, emprego, urbanização, renda, poder de consumo, endividamento, ocupação, mobilidade/transporte, características da habitação, condição de vida, exposição ao crime, segurança da vizinhança, conflito conjugal e nível de apoio social) pode afetar a experiência das pessoas da COVID-19
  • Investigar se hábitos de vida (nível de atividade física, obesidade, consumo de álcool e tabaco) e história de doenças não-infecciosas relacionadas ao estresse (doença cardiovascular, doença respiratória etc.) pode afetar a relação da COVID-19 com a saúde mental da nossa população
  • Identificar como a qualidade de vida (psicológica, física, social e ambiental) pode mudar com a COVID-19
  • Investigar mudanças na saúde mental através de diagnósticos categóricos auto informados e nível de estresse psicológico, segundo avaliado pelo Inventário Breve de Sintomas (BSI). O BSI avalia 9 dimensões psicológicas: Somatização, Obsessivo-Compulsiva, Sensibilidade Interpessoal, Depressão, Ansiedade, Hostilidade, Ansiedade Fóbica, Ideação Paranoide e Psicoticismo.

Qualquer brasileiro ou brasileira com 20 anos ou mais de idade. Para participar é necessário  que a pessoa saiba ler, pois ela mesma deve preencher suas informações no questionário. Voluntários profissionais da saúde convidados pelo SUS devem ter ocupação ativa.

Para alcançarmos os objetivos da pesquisa informações sobre sua história de vida, saúde, hábitos, sentimentos e comportamentos serão perguntadas. Você pode não responder a algumas perguntas, se preferir. Você pode levar até 30 minutos para preencher o questionário. Caso se sinta desconfortável, você pode abandonar o questionário de onde estiver ou mesmo escolher enviá-lo em branco. A sua participação na pesquisa é completamente voluntária.

Para alcançarmos os objetivos da pesquisa informações sobre sua história de vida, saúde, hábitos, sentimentos e comportamentos serão perguntadas. Você pode não responder a algumas perguntas, se preferir. Você pode levar até 30 minutos para preencher o questionário. Caso se sinta desconfortável, você pode abandonar o questionário de onde estiver ou mesmo escolher enviá-lo em branco. A sua participação na pesquisa é completamente voluntária.

Saúde mental seria o nível de bem-estar psicológico de uma pessoa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (1), a saúde mental é um componente integral e essencial da saúde, portanto, é mais do que apenas a ausência de transtornos mentais ou deficiências: “A saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e é capaz de contribuir para sua comunidade. A saúde mental é fundamental para nossa habilidade coletiva e individual, como humanos, de pensar, se emocionar, interagir uns com os outros, trabalhar e aproveitar a vida.” A saúde mental de uma pessoa depende de muitos fatores, incluindo aspectos biológicos, psicológicos e sociais que lhe influenciam ao longo de toda a sua história de vida.

Para conhecer o estado psicológico dos participantes, nesta pesquisa, utilizamos o Inventário Breve de Sintomas, o BSI (2). O BSI avalia o nível de estresse negativo, incômodo ou angústia percebidos pela pessoa em relação à 53 problemas ou sintomas psicológicos que ela possa ter vivido, nos últimos 7 (sete) dias. Entre os problemas investigados, estão queixas cardiovasculares, gastrintestinais e respiratórias ou dores musculares; pensamentos, impulsos e ações que o indivíduo não consegue parar de repetir; déficit de desempenho cognitivo; sensações de inadequação e inferioridade pessoal, particularmente em comparação a outras pessoas; autodepreciação, dúvida de si mesmo e incômodo perceptível durante interações interpessoais; falta de motivação e perda de interesse na vida; nervosismo e tensão, pânico e sensações de terror; sensações de preocupação excessiva e raiva; medo persistente e desproporcional de uma pessoa, local, objeto ou situação específica; pensamento desordenado; hostilidade, desconfiança, medo de perda de autonomia e crenças irreais. Quanto mais problemas a pessoa tiver vivido e maior a angústia (de nenhuma a extrema) que ela percebe sentir em decorrência desses problemas, maior será a sua pontuação no Inventário Breve de Sintomas (BSI). Sendo assim, pontuações mais altas indicam maior distresse psicológico (isto é, menos saúde mental). 

[1] https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mental-health-strengthening-our-response

[2] Derogatis, L. R. (2019). BSI – Inventário Breve de Sintomas. São Paulo: Pearson Clinical Brasil.

Segundo a OMS, qualidade de vida “é considerada como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (1). A qualidade de vida deve ser, primordialmente, analisada a partir da percepção individual de cada pessoa. É um conceito amplo que incorpora de forma complexa a saúde física da pessoa, seu estado psicológico, nível de independência, relacionamentos sociais, crenças pessoais e seu relacionamento com características salientes do ambiente onde vive. Para avaliar a qualidade de vida, utilizamos a versão brasileira do WHOQOL-abreviado que foi desenvolvido pelo grupo World Health Organization Quality of Life da OMS (2)  que considera quatro domínios (físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente) para análise da qualidade de vida. Quanto maior o escore no WHOQOL-bref, melhor seria a qualidade de vida.

[1] WHOQOL Group. The development of the World Health Organization quality of life assessment instrument (the WHOQOL). In: ORLEY, J.; KUYKEN, W. (Eds.). Quality of life assessment: international perspectives. Heidelberg: Springer,1994. p.41-60.

[2] Fleck, M., Louzada, S., Xavier, M., Chachamovich, E., Vieira, G., Santos, L., & Pinzon, V. (2000). Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de saúde pública, 34, 178-183.

Não conhecemos nenhum risco físico que poderia decorrer da presente pesquisa. Sendo uma pesquisa que busca investigar aspectos psicológicos, algumas pessoas podem se perceber com algum desconforto emocional (p.ex., ansiedade, vergonha ou tristeza etc.). Os participantes, no entanto, têm a chance de não responder a questões específicas ou mesmo de deixar o questionário em branco a qualquer momento. Emoções positivas também podem ser eliciadas, dependendo muito do modo mais comum da pessoa de interpretar os eventos da sua vida. Não há risco econômico direto ou indireto previsto para os participantes, exceto pelo consumo de dados móveis de planos de Internet. Não há previsão de ressarcimento financeiro aos voluntários.

Esperamos muito dessa pesquisa! A presente pesquisa tem potencial sem precedentes para o entendimento do impacto de uma pandemia e suas consequências mais imediatas na saúde mental e qualidade de vida das pessoas, não só no Brasil, mas provendo dados para comparações internacionais. Os dados longitudinais poderiam esclarecer fatores de risco e proteção associados à depleção de recursos psicológicos da população, além de fatores de resiliência. Os resultados da pesquisa serão publicados na forma de artigos científicos em revistas nacionais e internacionais relevantes nas áreas de Neurociência, Psiquiatria e Psicologia, por exemplo.

Cidades com mais de 15 mil habitantes têm atendimento municipal pelo SUS em saúde mental através dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), Serviço Residencial Terapêutico (SRT), Unidade de Acolhimento (adulto e infanto-juvenil), Enfermarias Especializadas em Hospital Geral, Hospital Psiquiátrico, Hospital-Dia, Atenção Básica, Urgência e Emergência, Comunidades Terapêuticas, Ambulatório Multiprofissional de Saúde Mental (Unidades Ambulatorias Especializadas) etc. Caso precise deste serviço, se informe em sua unidade básica de saúde sobre como ser atendido(a). Ainda, faculdades que oferecem os cursos de Psicologia ou de Residência em Psiquiatria também costumam fazer atendimentos gratuitos. Se preferir, você pode encontrar um(a) psiquiatra associado(a) à Associação Brasileira de Psiquiatria-ABP no site www.abp.org.br.